quarta-feira, 19 de outubro de 2011

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Mesa Temática 2: Oligopólios de comunicação na Amazônia – Parte II

A segunda mesa temática do I Seminário Regional da ALAIC também contou com Max Costa, jornalista e mestre em ciência política, que falou sobre como as estruturas de oligopólio atuam para a desinformação e o controle de discursos que acabam por não possibilitar que várias demandas sociais sejam vistas e discutidas.

Como coordenador do Programa de Promoção e Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes em Instituições Assistenciais e Judiciais do Estado do Pará (Pró-DCA), desenvolvido pelo Instituto Universidade Popular (Unipop), Max também mostrou algumas iniciativas de produção de mídia baseadas na inclusão social.

Ángel Paez, da Universidad de Zulia (Venezuela), doutor em ciências sociais e mestre em ciências da comunicação, falou sobre as possibilidades de democratização frente às novas tecnologias de informação e comunciação (TICs), especialmente as mídias móveis. Ele disse que quando se trata de novas tecnologias, muitas visões se cruzam.

Algumas visões, as “apocalípticas”, minimizam as potencialidades das TICs, acreditando que por fazerem parte do mesmo sistema de produção e acúmulo capitalista, seu uso para fins de maior conscientização social e solução de demandas públicas acaba sendo neutralizado. Já a visão “integrada”, crê que as TICs por si só seriam solução para todas as demandas.

De acordo com ele, é necessário que façamos um passeio por essas visões, reconhecendo as contribuições que elas tem para a discussão, mas priorizando uma visão complexa sobre o assunto, que reconheça que apesar da revolução de costumes causadas pelas TICs, seu alcance é limitado pelo uso social que se faz delas e as possibilidades de ruptura com os oligopólios podem estar justamente nos usos criativos que as camadas populares acabam fazendo dessas tecnologias, adaptando-as a sua própria cultura.

O professor Fábio Castro, da UFPA, finalizou a mesa destacando a importância das diferentes experiências expostas e a densidade das discussões, que certamente contribuirão para que se possa diagnosticar realidades de concentração midiática e então pensar em soluções práticas e conceituais de forma colaborativa.

Texto: Uriel Pinho
Foto: Roberta Aragão

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