quinta-feira, 20 de outubro de 2011

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Mesa sobre economia e políticas públicas de Comunicação encerra Seminário da ALAIC

Políticas públicas é sempre um tema complexo quando consideramos que o Brasil é um país deficiente em vários aspectos sociais. Tratando-se de Amazônia, a situação
perde ainda mais o eixo. Por vários fatores, como o distanciamento do resto do país, mesmo com o avanço da tecnologia. Outro fator importante é a força econômica e comunicacional
da região que se encontra nas mãos de grupos hegemônicos.

Na programação do I Seminário Regional ALAIC – Bacia Amazônica, essas questões foram debatidas na mesa “Economia e políticas públicas da Comunicação”, com a participação do professor
e pesquisador de Economia Política da Comunicação, Valério Brittos, da antropóloga do Núcleo de Altos Estudos da Amazônia (NAEA), Ligia Simonian, e dos professores da Faculdade de Comunicação da UFPA, Fábio Castro e Netília Seixas, orientadora da mesa.
Um dos pontos altos da mesa foi o debate sobre o direito à comunicação e a sua democratização. “A democracia, hoje, só é possível se ela passar pelo direito da mídia”, destacou Valério Brittos. Ele ainda explicou que a partir de determinado período na história o desenvolvimento da comunicação, cultura e tecnologia passaram a ser um instrumento essencial para a cidadania.

Processo comunicativo

Uma das grandes questões da comunicação na contemporaneidade é a relação emissor-receptor que vem, a cada dia, gerando mais discussões na sociedade. Sobre isso, foi explicado que o indivíduo é ativo e produz conteúdo, mas ainda há a escassez de instrumentos que acabam gerando barreiras para essa inclusão. Apesar das dificuldades, foi ressaltado que esse é um processo que não pode ser negligenciado, para que haja melhorias na representação social.
O professor Fábio Castro relatou a sua experiência no Governo do Estado do Pará, quando assumiu a Secretaria de Estado Comunicação (2007-2009). A secretaria tinha a proposta de criar políticas de inclusão e da democratização do processo comunicacional, no entanto, o professor reconhece que o trabalho executado não alcançou o esperado.

Futuro da Comunicação na Amazônia
Não há como distanciar política, economia e comunicação. Mais do que nunca a mídia exerce um papel fundamental em todos os âmbitos da sociedade. Lígia Simonian relatou suas experiências no campo e mostrou que em certos lugares, a dificuldade de comunicação afeta serviços básicos para a sociedade. “Sem a comunicação, a democracia também não chega a esses lugares”, destacou a antropóloga.
Segundo a pesquisadora, as distâncias não são apenas físicas, mas ideológicas. Para ela, o conceito de sustentabilidade deve ser aplicado urgentemente, não apenas como modismo das corporações e sim em seu conceito real, um caminho para a compreensão da problemática em torno da economia, política e comunicação.

Texto:
Mayra Nascimento
Yuri Coelho
Foto:
Erik Lopes

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