As rádios comunitárias configuram um novo modelo de democracia e cidadania no Brasil. Um fenômeno crescente, que veio para dar voz àqueles que, por muitas vezes, são excluídos pelo poder público, que também representa um grande empecilho, atentando contra a democracia, e até mesmo contra a liberdade de expressão, um dos mais importantes direitos dos seres humanos.
O segundo dia do I Seminário Regional da ALAIC – Bacia Amazônica, que está sendo realizado na Universidade Federal do Estado do Pará, no Centro de Eventos Benedito Nunes, iniciou-se com o I Colóquio de Rádios Comunitárias na Pan-Amazônia. Contando com a presença de professores de diversas universidades, inclusive da Colômbia e Equador. Teve também a presença de lideranças e autoridades envolvidas com rádios comunitárias internacionais como João Paulo Malerba, pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Informação e cidadania por meio das ondas sonoras
O convidado Angelo Madson, paraense, militante, ativista e representante de veículo de rádio difusão livre, contou um pouco de sua experiência, sobre as perseguições e processos que sofreu. Ele fez questão de enfatizar que o coronelismo eletrônico presente, principalmente, na região amazônica, dificulta todo o processo de inserção da comunidade, pois além de limitar a participação da população, mantém um monopólio da comunicação, em que grandes veículos ficam com a maior parte dos canais, promovendo o chamado “oligopólio da comunicação”.
Por esse motivo, os veículos poderosos querem sempre ter exclusividade, não dando espaço e nem voz ao movimento da radio difusão libertária. Angelo defende a desobediência civil como uma forma de se comunicar com a comunidade, pois acredita que o viés social da rádio comunitária deve ser respeitado e resguardado, como uma maneira de protestar contra o que é imposto, e que ele não considera como ilegal.
“É importante deixar claro que o termo ‘rádio comunitária’ não existe apenas como uma forma de definição, mas uma das definições mais aceitas são a facilitação do acesso a democracia através das ondas sonoras e que, principalmente produzem informação e cidadania a nível local, priorizando elementos como ética, diálogo entre a sociedade, política, gestão pública integral e governo. Um verdadeiro desafio a ser cumprido”, finalizou o professor João Paulo Malerba.
Rádios comunitárias na Amazônia
A nível regional, as rádios comunitárias atuam como verdadeiras protagonistas de ação social, não visam lucros ou qualquer outro tipo de beneficiamento além de se caracterizarem como meios de comunicação e informação popular, produzido, vivenciado dentro da sua realidade, sem máscaras ou manipulações. Na opinião da professora Rosane Steinbrenner, os objetivos principais da iniciativa são promover informação limpa e valorizar a comunidade.
Contando com aproximadamente 300 emissoras de radio difusão livre, a Amazônia se mostra com grande potencial, mas com um dilema entre a qualidade da produção e as responsabilidades dos idealizadores e administradores dos veículos locais. Devido à falta de estrutura e difícil acesso, muitas dessas rádios são os únicos meios de comunicação em diversas cidades do interior.
José Miguel Gonzalez, da Pontifícia Universidad Javeriana, na Colômbia, classifica que as rádios comunitárias, não devem ser confundidas com a pirataria, pois além de romper barreiras da comunicação e cidadania, seu forte papel social é de dar voz ao povo. Esse processo de mediatização da periferia é um dos elementos-chave para o modelo de desenvolvimento social, que age de dentro para fora.
Há a preocupação com a necessidade de se promover capacitações éticas, política e responsabilidade com os gestores e demais envolvidos com rádios comunitárias. Estar diante de veículos desse porte requer preparação, equilíbrio e principalmente noção de responsabilidade, pois assim como outro veículo de comunicação, os trabalhadores e funcionários, além de comunicadores, são formadores de opinião e a eles se deve todo um trabalho de preparação diferenciada.
O segundo dia do I Seminário Regional da ALAIC – Bacia Amazônica, que está sendo realizado na Universidade Federal do Estado do Pará, no Centro de Eventos Benedito Nunes, iniciou-se com o I Colóquio de Rádios Comunitárias na Pan-Amazônia. Contando com a presença de professores de diversas universidades, inclusive da Colômbia e Equador. Teve também a presença de lideranças e autoridades envolvidas com rádios comunitárias internacionais como João Paulo Malerba, pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Informação e cidadania por meio das ondas sonoras
O convidado Angelo Madson, paraense, militante, ativista e representante de veículo de rádio difusão livre, contou um pouco de sua experiência, sobre as perseguições e processos que sofreu. Ele fez questão de enfatizar que o coronelismo eletrônico presente, principalmente, na região amazônica, dificulta todo o processo de inserção da comunidade, pois além de limitar a participação da população, mantém um monopólio da comunicação, em que grandes veículos ficam com a maior parte dos canais, promovendo o chamado “oligopólio da comunicação”.
Por esse motivo, os veículos poderosos querem sempre ter exclusividade, não dando espaço e nem voz ao movimento da radio difusão libertária. Angelo defende a desobediência civil como uma forma de se comunicar com a comunidade, pois acredita que o viés social da rádio comunitária deve ser respeitado e resguardado, como uma maneira de protestar contra o que é imposto, e que ele não considera como ilegal.
“É importante deixar claro que o termo ‘rádio comunitária’ não existe apenas como uma forma de definição, mas uma das definições mais aceitas são a facilitação do acesso a democracia através das ondas sonoras e que, principalmente produzem informação e cidadania a nível local, priorizando elementos como ética, diálogo entre a sociedade, política, gestão pública integral e governo. Um verdadeiro desafio a ser cumprido”, finalizou o professor João Paulo Malerba.
Rádios comunitárias na Amazônia
A nível regional, as rádios comunitárias atuam como verdadeiras protagonistas de ação social, não visam lucros ou qualquer outro tipo de beneficiamento além de se caracterizarem como meios de comunicação e informação popular, produzido, vivenciado dentro da sua realidade, sem máscaras ou manipulações. Na opinião da professora Rosane Steinbrenner, os objetivos principais da iniciativa são promover informação limpa e valorizar a comunidade.
Contando com aproximadamente 300 emissoras de radio difusão livre, a Amazônia se mostra com grande potencial, mas com um dilema entre a qualidade da produção e as responsabilidades dos idealizadores e administradores dos veículos locais. Devido à falta de estrutura e difícil acesso, muitas dessas rádios são os únicos meios de comunicação em diversas cidades do interior.
José Miguel Gonzalez, da Pontifícia Universidad Javeriana, na Colômbia, classifica que as rádios comunitárias, não devem ser confundidas com a pirataria, pois além de romper barreiras da comunicação e cidadania, seu forte papel social é de dar voz ao povo. Esse processo de mediatização da periferia é um dos elementos-chave para o modelo de desenvolvimento social, que age de dentro para fora.
Há a preocupação com a necessidade de se promover capacitações éticas, política e responsabilidade com os gestores e demais envolvidos com rádios comunitárias. Estar diante de veículos desse porte requer preparação, equilíbrio e principalmente noção de responsabilidade, pois assim como outro veículo de comunicação, os trabalhadores e funcionários, além de comunicadores, são formadores de opinião e a eles se deve todo um trabalho de preparação diferenciada.
Texto: Myrian Connor
Foto: Tammy Caldas
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