sexta-feira, 28 de outubro de 2011

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A Universidade Federal do Pará e a comissão organizadora do Mídia Cidadã 2011 e Seminário Regional da ALAIC - Bacia Amazônica agradecem a todos que participaram do evento e que contribuíram para o sucesso das Conferências realizadas pela primeira vez na Amazônia: professores, pesquisadores, alunos de graduação e de programas de pós-graduação do Brasil inteiro e dos países da Bacia Amazônica e da África. Sobretudo, aos coletivos, artistas, representantes das mídias alternativas e dos movimentos sociais, organizações não-governamentais, empresas privadas e entidades públicas de todo o Brasil.


Todas as participações foram indispensáveis para alcançar os objetivos do evento, como promover o intercâmbio de experiências midiáticas e ampliar o debate a respeito de como a mídia, enquanto palco de demandas e discussões sociais, precisa também ser palco de variadas vozes, questões e interesses – seja na produção, disseminação ou crítica de produtos e ações comunicacionais.


Agradecemos ainda aos inúmeros e-mails de congratulações enviados depois do evento. Aproveitamos para avisar que todos os certificados serão enviados por e-mail em até 20 dias.
Esperamos que muitos outros projetos aconteçam na Região Amazônica, promovendo sua integração, fortalecendo o direito de comunicar de seus habitantes e o debate entre a Sociedade e a Universidade.


Até breve.
Professora Maria Ataide Malcher
Coordenadora geral do evento

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

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A última mesa temática do ALAIC, realizada nesta quarta-feira, 19, trouxe questões centrais para o debate sobre economia e políticas públicas em comunicação. Coordenada pela professora Netília Seixas (UFPA), a discussão contou com as contribuições de Valério Brittos (UNISINOS), que apresentou o quadro atual do direito à comunicação e democratização no Brasil; de Fábio Castro (UFPA), que apresentou sua experiência na gestão de políticas públicas em comunicação; e de Lígia Simonian (NAEA-UFPA), que também compartilhou sua experiência, mas enquanto pesquisadora social da Amazônia.

Em entrevistas rápidas concedidas após a mesa, Valério Brittos e Fábio Castro retomaram um pouco do que havia sido discutido e, do contexto nacional ao regional, apontaram o que poderia ser considerado prioritário na busca pela democratização da comunicação. Confira:

Durante a mesa, o senhor falou da importância da educação para se vencer a “in”democratização. Num país tão desigual, onde a educação por si só já é um problema porque muitos não têm acesso a ela, o que seria prioridade na busca pela democratização da comunicação?

Valério Brittos – A democratização da comunicação passa necessariamente pela regulação. A construção de um marco regulatório democrático, atual e convergente, que de um lado preveja formas para que a sociedade possa ter acesso à mídia (hegemônica), e de outro lado abra espaços na mídia contra-hegemônica, portanto abrindo na verdade espaços de mídia contra-hegemônica, portanto abrindo espaços de comunicação alternativa com modelos de financiamento muito claro para que essas organizações possam desenvolver o melhor trabalho possível. Não se pode pensar nada disso sem regulação, sem o papel do Estado buscando compensar, minimamente que seja, essas assimetrias que se tem no processo econômico.

O senhor falou também da importância das oficinas como uma possibilidade de disseminar os processos comunicacionais... Mas que outras ações, que outras formas possíveis de democratização da comunicação podem ser viabilizadas por parte de nós, que fazemos, que pensamos a comunicação?

Valério Brittos – As oficinas e todas as formas de comunicação e educação se inserem na perspectiva de buscar formas de que esse debate seja assumido pela sociedade. Portanto, fazer oficinas, promover debates em sindicatos, em associações, em ONGs em geral, essa é a maneira da sociedade conhecer um pouco mais a discussão que se tem sobre a comunicação, e ao mesmo tempo fazer com que ela aprenda a comunicação e possa desconstruir o discurso da mídia hegemônica. Acho que isso é um ponto fundamental para que a partir daí a sociedade possa reconhecer o problema e possa lutar pelas políticas públicas, lutar pela regulamentação.

Durante os questionamentos da mesa, foi discutida a importância do Estado em participar de espaços de debate como este. O senhor pode falar um pouco mais sobre isso: é possível trazer o Estado? Como?

Valério Brittos – É possível. Acho que se a regulamentação parte da pressão social, mas passa necessariamente pelo Estado, pelo Legislativo e pelo Executivo especificamente, é necessário que essas autoridades sejam chamadas para o debate. Como que se faz isso? Convidando as pessoas para que estejam presentes, para que falem, para que participem, para que opinem e para que venham se manifestar. E a partir daí, mais que isso, obter compromisso dessas pessoas com relação a uma pauta de democratização da comunicação. É necessário que a gente tenha fóruns com um bom afluxo de pessoas, porque os políticos, enfim, eles querem aqueles espaços onde possam ser pressionados e ter um grande público.

Acompanhe agora a entrevista com o professor Fábio Castro, pesquisador e professor da UFPA:

Em relação à Amazônia, o que o senhor apontaria como ação prioritária na busca por uma democratização da comunicação? O que seria prioridade numa região tão complexa (com várias formas de comunicação, vários níveis de desenvolvimento da educação...)?

Fábio Castro – Considero que a ação prioritária seja uma ação básica de informação, ou seja, nós temos que pautar publicamente o debate sobre a democratização da comunicação. Como? Nós precisamos articular as questões, discutir as questões e difundir essa discussão. Por exemplo: nós temos que universalizar o conhecimento sobre as limitações da legislação brasileira no campo da comunicação. Um exemplo mais específico: no que se refere às rádios comunitárias, nós precisamos produzir um debate público via cartilha, via vídeo, via conferência, via simpósio, via aula, que descreva quais são as limitações jurídicas e legais e que debata sobre a maneira como essas limitações são produzidas pelo poder público hegemônico. E a partir daí, a gente precisa inventariar como cada ator social discute cada uma dessas questões, como cada movimento social importante discute e se posiciona ou não se posiciona sobre cada uma dessas questões. Depois disso, em termos de situação, em termos de estrutura de comunicação, eu acho que o primeiro ponto está nas rádios comunitárias. Por quê? Porque a rádio é comunicação central da Amazônia, é a que tem eficácia maior no espaço amazônico como um todo, inclusive no espaço urbano; tem uma dinâmica muito importante que às vezes é esquecida. E a gente precisa pautar em primeiro lugar o debate sobre as rádios comunitárias. Pautar o debate significa algumas ações: dentre as muitas ações necessárias, acho que é necessário alguma espécie de esforço para auxiliar as pessoas que foram prejudicadas, as pessoas do movimento de rádios comunitárias que foram criminalizadas pela ANATEL. Essas pessoas precisam de advogado, precisam de auxílio para poder desenvolver a sua defesa. Isso é uma coisa muito importante para elas poderem continuar no movimento. Além disso, é muito importante orientação jurídica para as comunidades e para os indivíduos que têm a intenção de iniciar um processo de outorga de rádio comunitária. O processo é muito fácil, mas pelos dados que eu tenho do Ministério das Comunicações, cerca de 99% dos processos de outorga de rádios comunitárias estão parados por erro no processo, ou seja, as pessoas não fizeram o processo com as minúcias necessárias. (...) O terceiro ponto está no campo político: é fundamental articular esse debate sobre rádios comunitárias com as classes políticas. É preciso encontrar políticos que se sensibilizem pela questão e que ajudem a pautar o debate no Congresso, na Câmara dos Deputados, na Assembleia Legislativa Estadual, nas diversas Câmaras de Vereadores.

Na mediação de toda essa trama, para tentar viabilizar tudo isso, quem estaria: seria quem está na academia, pensando, discutindo, refletindo a comunicação?

Fábio Castro - Eu acho que a academia é uma possibilidade. Se a academia consegue superar seus esquemas de embaraçamento político, econômico, social e cultural, ela é um ator social legítimo que pode puxar para ser a liderança do processo. Mas não precisa necessariamente ser a academia: um determinado movimento social pode liderar. O que é fundamental é que haja parceria entre academia e sociedade: a academia não poder fazer isso sozinha, ela precisa se articular com os movimentos sociais da comunicação, com outros movimentos sociais, e eventualmente com partidos políticos.

Entrevista: Élida Cristo

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

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Políticas públicas é sempre um tema complexo quando consideramos que o Brasil é um país deficiente em vários aspectos sociais. Tratando-se de Amazônia, a situação
perde ainda mais o eixo. Por vários fatores, como o distanciamento do resto do país, mesmo com o avanço da tecnologia. Outro fator importante é a força econômica e comunicacional
da região que se encontra nas mãos de grupos hegemônicos.

Na programação do I Seminário Regional ALAIC – Bacia Amazônica, essas questões foram debatidas na mesa “Economia e políticas públicas da Comunicação”, com a participação do professor
e pesquisador de Economia Política da Comunicação, Valério Brittos, da antropóloga do Núcleo de Altos Estudos da Amazônia (NAEA), Ligia Simonian, e dos professores da Faculdade de Comunicação da UFPA, Fábio Castro e Netília Seixas, orientadora da mesa.
Um dos pontos altos da mesa foi o debate sobre o direito à comunicação e a sua democratização. “A democracia, hoje, só é possível se ela passar pelo direito da mídia”, destacou Valério Brittos. Ele ainda explicou que a partir de determinado período na história o desenvolvimento da comunicação, cultura e tecnologia passaram a ser um instrumento essencial para a cidadania.

Processo comunicativo

Uma das grandes questões da comunicação na contemporaneidade é a relação emissor-receptor que vem, a cada dia, gerando mais discussões na sociedade. Sobre isso, foi explicado que o indivíduo é ativo e produz conteúdo, mas ainda há a escassez de instrumentos que acabam gerando barreiras para essa inclusão. Apesar das dificuldades, foi ressaltado que esse é um processo que não pode ser negligenciado, para que haja melhorias na representação social.
O professor Fábio Castro relatou a sua experiência no Governo do Estado do Pará, quando assumiu a Secretaria de Estado Comunicação (2007-2009). A secretaria tinha a proposta de criar políticas de inclusão e da democratização do processo comunicacional, no entanto, o professor reconhece que o trabalho executado não alcançou o esperado.

Futuro da Comunicação na Amazônia
Não há como distanciar política, economia e comunicação. Mais do que nunca a mídia exerce um papel fundamental em todos os âmbitos da sociedade. Lígia Simonian relatou suas experiências no campo e mostrou que em certos lugares, a dificuldade de comunicação afeta serviços básicos para a sociedade. “Sem a comunicação, a democracia também não chega a esses lugares”, destacou a antropóloga.
Segundo a pesquisadora, as distâncias não são apenas físicas, mas ideológicas. Para ela, o conceito de sustentabilidade deve ser aplicado urgentemente, não apenas como modismo das corporações e sim em seu conceito real, um caminho para a compreensão da problemática em torno da economia, política e comunicação.

Texto:
Mayra Nascimento
Yuri Coelho
Foto:
Erik Lopes
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Entre paradas para receber um elogio ou para escrever uma dedicatória, os autores expostos na Sessão de Lançamento de Livros do Mídia Cidadã 2011 aproveitaram o momento para trocar experiências. O hall do auditório do Centro de Eventos Benedito Nunes foi tomado por uma atmosfera de descontração em que estudantes aproximavam-se dos professores nos seus diversos idiomas.

Pelo menos dez obras foram expostas. Títulos de professores renomados como César Bolaño - Comunicación, Educación y Movimiento Sociales em América Latina -, Fábio Castro - A Cidade Sebastiana. Era da Borracha, memória, melancolia numa capital de periferia da modernidade -, além da coletânea “Belém do Pará: história, cultura e sociedade” que congrega artigos da professora e pesquisadora do Núcleo de Altos Estudos da Amazônia (NAEA) Ligia Simonian.

Um dos livros lançados foi “Economia Política da Comunicação: convergência tecnológica e inclusão digital”, do professor Valério Brittos, no qual ele aborda como a sociedade pode se apropriar das tecnologias para buscar minimamente a horizontalidade da Comunicação. Brittos enfatiza que a ideia da convergência tecnológica e da inclusão digital não encerram o problema por não serem suficientes e por haver necessidade de passar pela questão das políticas públicas, mas aponta a inclusão como um dos caminhos para essa horizontalidade.

Outra leitura importante para qualquer estudioso da Comunicação é a coletânea organizada pela professora Sônia Virgínia Moreira, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), que mapeia o radiojornalismo brasileiro ao longo de 70 anos com diversos artigos de pesquisadores de todo o país. Pesquisadora em rádio no Pará, a professora Luciana Miranda também tem artigo publicado na coletânea. “70 anos de Radiojornalismo no Brasil” traz em suas páginas a história desse veículo e aborda também os aspectos políticos, econômicos e sociais do país.

No âmbito local, o livro rememora a fundação da Rádio Clube do Pará, primeira emissora de rádio do Norte do Brasil e atuante até hoje, além das histórias dos primeiros programas e a contribuição e influência desses produtos refletida, inclusive, atualmente.

Texto: Rosana Itaparica
Foto: Renan Mendes

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

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A segunda mesa temática do I Seminário Regional da ALAIC também contou com Max Costa, jornalista e mestre em ciência política, que falou sobre como as estruturas de oligopólio atuam para a desinformação e o controle de discursos que acabam por não possibilitar que várias demandas sociais sejam vistas e discutidas.

Como coordenador do Programa de Promoção e Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes em Instituições Assistenciais e Judiciais do Estado do Pará (Pró-DCA), desenvolvido pelo Instituto Universidade Popular (Unipop), Max também mostrou algumas iniciativas de produção de mídia baseadas na inclusão social.

Ángel Paez, da Universidad de Zulia (Venezuela), doutor em ciências sociais e mestre em ciências da comunicação, falou sobre as possibilidades de democratização frente às novas tecnologias de informação e comunciação (TICs), especialmente as mídias móveis. Ele disse que quando se trata de novas tecnologias, muitas visões se cruzam.

Algumas visões, as “apocalípticas”, minimizam as potencialidades das TICs, acreditando que por fazerem parte do mesmo sistema de produção e acúmulo capitalista, seu uso para fins de maior conscientização social e solução de demandas públicas acaba sendo neutralizado. Já a visão “integrada”, crê que as TICs por si só seriam solução para todas as demandas.

De acordo com ele, é necessário que façamos um passeio por essas visões, reconhecendo as contribuições que elas tem para a discussão, mas priorizando uma visão complexa sobre o assunto, que reconheça que apesar da revolução de costumes causadas pelas TICs, seu alcance é limitado pelo uso social que se faz delas e as possibilidades de ruptura com os oligopólios podem estar justamente nos usos criativos que as camadas populares acabam fazendo dessas tecnologias, adaptando-as a sua própria cultura.

O professor Fábio Castro, da UFPA, finalizou a mesa destacando a importância das diferentes experiências expostas e a densidade das discussões, que certamente contribuirão para que se possa diagnosticar realidades de concentração midiática e então pensar em soluções práticas e conceituais de forma colaborativa.

Texto: Uriel Pinho
Foto: Roberta Aragão
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Oligopólio é uma estrutura de mercado caracterizada por um número pequeno de firmas com alta concentração local ou poder de mercado. Na área da comunicação, os oligopólios são uma realidade com conseqüências talvez mais danosas do que em outros setores, já que os seus produtos, materiais jornalísticos, filmes e outros produtos simbólicos, têm influência fundamental nas discussões públicas e na visibilidade de demandas sociais.

A segunda mesa temática do I Seminário Regional da ALAIC tratou desse tema, trazendo convidados para debater a realidade de concentração ou democratização da mídia em seus respectivos locais de origem.

A professora Liana Vidigal, da Universidade Federal do Tocantis (UFT), apresentou o caso do Tocantins. A Radiodifusão Estatal começou com a Comunicatins, criada em 1989, após a instituição do Estado do Tocantins, e o seu objetivo era atuar como instrumento auxiliar do Governo na busca do desenvolvimento.

Após sucessivas alterações de atividades, a TV Palmas/Rede Sats Tocantins atualmente é afiliada da TV Cultura com o compromisso de ser uma rádio difusora educativa. A palestra discorreu sobre o histórico tanto da mídia televisiva quanto da mídia impressa.

Ao final da exposição, a professora apresentou os portais de notícias locais que possuem maiores destaques em assuntos relacionados à política, mostrando o quanto a informação é baseada geralmente em apenas um assunto e a problemática causada por isso, pois os alunos que estudam Comunicação Social concentram seus objetivos e sua produção de conteúdos no local, em apenas um tema.

Logo em seguida tivemos a exposição feita por João Brant, representante do Intervozes, com o tema "Centralidade da Televisão" e a suma importância de combater essa concentração. As conseqüências em torno disso são o menor número de fontes de informação e a redução da pluralidade de conteúdos, assim como o decréscimo da liberdade de expressão, entre outros.

Outro ponto abordado foi a característica da situação da região amazônica, com pouca produtividade local devido à centralidade da televisão e tendo a maior parte da programação voltada à retransmissão das grandes redes nacionais, além da forte ligação entre as afiliadas e os políticos locais.

Texto: Roberta Aragão

terça-feira, 18 de outubro de 2011

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Aconteceram hoje as sessões de trabalho que integram a programação do Seminário. Esses espaços foram destinados à apresentação de trabalhos acadêmicos, ao debate e às trocas de experiências quanto à pesquisa e produção científica na área da Comunicação.

Plurais, esses espaços privilegiaram trabalhos que abordaram temas e problemas relativos tanto a comunicação hegemônica quanto a comunicação alternativa ou comunitária. Em cada uma das quatro sessões foram apresentados, ao todo, oito artigos. Esses trabalhos foram, em geral, resultados de disciplinas ou de projetos de pesquisa e extensão.

Um dos artigos apresentados foi “Rádio em uma cidade da Amazônia”. Sob a orientação da Prof.ª Dr.ª Luciana Miranda Costa, a estudante da UFPA, Manuella Reale, apresentou a pesquisa que realizou com a estudante Anne Beatriz Costa, sobre a Rádio Progresso, localizada no município de Igarapé-Miri, interior do Pará. O artigo mostrou que além de exercer um papel fundamental no desenvolvimento do município, a Rádio Progresso é uma peça importante na construção identitária da população.

Outro artigo apresentado foi “A Folkcomunicação presente nas Feiras de Economia Solidária”, de Lilian Campelo, assessora da Cáritas Norte 2, localizada em Belém. O trabalho apresentado tratou de uma forma de expressão alternativa, que são as feiras de economia solidária. Folkcomunicação é um termo cunhado por Luis Beltrão para definir as manifestações culturais que não foram “contaminadas”, ao menos inteiramente, pela mídia. Principal instrumento de difusão e circulação de padrões estéticos e ideológicos, as feiras de economia solidária são uma forma de expressão e de comunicação popular que ainda não sofreu a influência industrial ou midiática.

Mídia e política, jornalismo científico, democratização da cultura e da comunicação, mídia e violência. Esses são alguns exemplos dos outros temas discutidos durante as sessões de trabalho realizadas hoje.

Texto: Pedro Fernandes
Foto: Erik Paiva Lopes
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Da prática diária do Jornalismo à uma análise intersubjetiva da memória belenense sobre a Era da Borracha. Estes serão temas de dois dos 10 livros lançados amanhã, 19, no terceiro dia do I Seminário Regional ALAIC – Bacia Amazônica. O lançamento ocorrerá às 17h30, no Centro de Eventos Benedito Nunes, na UFPA.
Serão lançados os livros:

1. Prof.ª Dr.ª Luciana Miranda
Livro: 70 Anos de Radiojornalismo no Brasil.

2. José Miguel Gonzalez
Livro: Comunicación, desarrollo cambio social: las interrelaciones entre comunicación, movimientos ciudadanos y medios.

3. Ismael Machado (Diário do Pará)
Livro: Sujando os sapatos - O caminho diário da reportagem.

4. Prof. Dr. Fábio Castro
Livro: A Cidade Sebastiana. Era da Borracha, memória e melancolia numa capital da periferia da modernidade.

5. Prof. Dr. Valério Brittos
Livro: Economia Política da Comunicação: convergência tecnológica e inclusão digital.

6. Prof.ª Dra. Ligia Simonian (NAEA)
Livro: Belém do Pará: história, cultura e sociedade.

7. Prof.ª Selma Leite
Livro: Educação sem fronteiras na Amazônia: trajetória e perspectivas da educação a distância da UFPA.

8. Antônio Ribeiro de Almeida Junior
Livro: Anatomia do trote universitário.

9. Prof. Dr. César Bolaño.
Livro: Comunicación, Educación y Movimientos Sociales em América Latina.

10. Raimundo Brabo
Livro: Amazônia em Devaneio.

11. Shirley Penaforte (fotógrafa)
Livro: Imagens Submersas
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“A liberdade de expressão nos grandes veículos é realidade apenas para nove famílias; os outros 190 milhões não têm outra liberdade senão mudar de canal ou desligar a TV ou o rádio.”. A constatação é do Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social e demonstra um pouco do que é o cenário brasileiro no campo da comunicação, ainda pouco democrático.

A concentração, ao lado da ausência de políticas públicas (sérias e comprometidas) para o setor, acaba por contribuir consideravelmente para um sistema excludente, onde apenas uma minoria tem espaço para fazer circular suas ideias, prejudicando a liberdade de expressão e o respeito à diversidade nos conteúdos disponibilizados.

No Brasil, temos o que Suzy dos Santos e Sérgio Capparelli chamam de “coronelismo eletrônico”, definido como “sistema organizacional da recente estrutura brasileira de comunicações, baseado no compromisso recíproco entre poder nacional e poder local, configurando uma complexa rede de influências entre o poder público e o poder privado dos chefes locais, proprietários de meios de comunicação” (Para saber mais, clique aqui). Em outras palavras, temos uma conjuntura política que não só não impede a formação de monopólios e oligopólios, como contribui para a manutenção destes.

A falta de regulamentação é apontada como um agravador da situação. A Constituição Federal, que no capítulo dedicado à Comunicação Social se propõe a assegurar tanto a liberdade e a pluralidade como o equilíbrio na propriedade dos meios, ainda precisa regulamentar três dos cinco artigos desse capítulo.

O Artigo 223 chama atenção para o princípio da complementaridade dos sistemas privado, público e estatal. Mas a realidade aponta para o oposto: segundo o Intervozes (em 2010), as grandes redes privadas de comunicação representam 90% das emissoras no país. Para citar o exemplo da TV, no Brasil inteiro apenas as quatro primeiras emissoras, todas elas de perfil privado-comercial, somam 83,3% no que se refere à audiência e 97,2% no que se refere à receita publicitária.

Em nível regional...
A situação brasileira apontada, que corresponde a uma parcela de um contexto maior, pode ser melhor visualizada quando voltamos o olhar para o local. A maior parte dos conglomerados regionais de mídia, segundo a pesquisadora e professora da UFPA Rosane Steinbrenner, são concentrações do tipo propriedade cruzada – definição de Venício Lima (2001) – sob o molde denominado de monopólio em cruz: “caso em que há reprodução, em nível local ou regional, dos oligopólios dos grupos hegemônicos nacionais”.

Ainda segundo Steinbrenner, na Região Norte do Brasil (que representa 75% da área da Amazônia Legal) “apenas três grupos, atuando sob o modelo de propriedade cruzada são considerados grupos midiáticos de caráter regional, ou seja, chegam a exercer influência para além de suas fronteiras. Destes, dois estão sediados no Pará, as Organizações Rômulo Maiorana (ORM) e a Rede Brasil Amazônia (RBA), ambos com sede em Belém – e um no Amazonas, a Rede Amazônica de Rádio e Televisão (RMART) com sede em Manaus” (Leia mais aqui).

As informações são da tese de doutoramento da pesquisadora, intitulada "Rádios Comunitárias na Transamazônica: desafios da comunicação comunitária em regiões de midiatização periférica". Das rádios para qualquer outra forma de comunicação comunitária/popular/alternativa, tem-se uma resposta aos oligopólios de comunicação: estas são, muitas vezes, as únicas opções de acesso a conteúdos que primam pela diversidade cultural, política e religiosa e pela clareza das informações, chegando mais próximo de uma pretensa objetividade. Mas são muitos os desafios que ainda precisam ser superados.

O cenário na Amazônia – proposta de discussão no ALAIC
Estes são alguns elementos para tentarmos compreender o cenário amazônico de comunicação: no que se assemelha ao restante do Brasil e quais suas especificidades quando o assunto é “Oligopólios de comunicação na Amazônia” (tema da segunda mesa do ALAIC).

Se o cenário da comunicação aponta para uma democracia que caminha para a frente, embora a passos lentos (como sugere Israel Bayma, em entrevista publicada no site do Observatório do Direito à Comunicação); se vivemos em uma “democracia formal, burguesa e elitista” ou supostamente inexistente (como sugere o também pesquisador e professor da UFPA Manuel Dutra, em seu blog, ao afirmar que a democracia não existe pela metade): esta é a questão que se lança e para a qual se propõe uma reflexão.

Texto: Élida Cristo
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As rádios comunitárias configuram um novo modelo de democracia e cidadania no Brasil. Um fenômeno crescente, que veio para dar voz àqueles que, por muitas vezes, são excluídos pelo poder público, que também representa um grande empecilho, atentando contra a democracia, e até mesmo contra a liberdade de expressão, um dos mais importantes direitos dos seres humanos.

O segundo dia do I Seminário Regional da ALAIC – Bacia Amazônica, que está sendo realizado na Universidade Federal do Estado do Pará, no Centro de Eventos Benedito Nunes, iniciou-se com o I Colóquio de Rádios Comunitárias na Pan-Amazônia. Contando com a presença de professores de diversas universidades, inclusive da Colômbia e Equador. Teve também a presença de lideranças e autoridades envolvidas com rádios comunitárias internacionais como João Paulo Malerba, pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Informação e cidadania por meio das ondas sonoras

O convidado Angelo Madson, paraense, militante, ativista e representante de veículo de rádio difusão livre, contou um pouco de sua experiência, sobre as perseguições e processos que sofreu. Ele fez questão de enfatizar que o coronelismo eletrônico presente, principalmente, na região amazônica, dificulta todo o processo de inserção da comunidade, pois além de limitar a participação da população, mantém um monopólio da comunicação, em que grandes veículos ficam com a maior parte dos canais, promovendo o chamado “oligopólio da comunicação”.

Por esse motivo, os veículos poderosos querem sempre ter exclusividade, não dando espaço e nem voz ao movimento da radio difusão libertária. Angelo defende a desobediência civil como uma forma de se comunicar com a comunidade, pois acredita que o viés social da rádio comunitária deve ser respeitado e resguardado, como uma maneira de protestar contra o que é imposto, e que ele não considera como ilegal.

“É importante deixar claro que o termo ‘rádio comunitária’ não existe apenas como uma forma de definição, mas uma das definições mais aceitas são a facilitação do acesso a democracia através das ondas sonoras e que, principalmente produzem informação e cidadania a nível local, priorizando elementos como ética, diálogo entre a sociedade, política, gestão pública integral e governo. Um verdadeiro desafio a ser cumprido”, finalizou o professor João Paulo Malerba.

Rádios comunitárias na Amazônia

A nível regional, as rádios comunitárias atuam como verdadeiras protagonistas de ação social, não visam lucros ou qualquer outro tipo de beneficiamento além de se caracterizarem como meios de comunicação e informação popular, produzido, vivenciado dentro da sua realidade, sem máscaras ou manipulações. Na opinião da professora Rosane Steinbrenner, os objetivos principais da iniciativa são promover informação limpa e valorizar a comunidade.

Contando com aproximadamente 300 emissoras de radio difusão livre, a Amazônia se mostra com grande potencial, mas com um dilema entre a qualidade da produção e as responsabilidades dos idealizadores e administradores dos veículos locais. Devido à falta de estrutura e difícil acesso, muitas dessas rádios são os únicos meios de comunicação em diversas cidades do interior.

José Miguel Gonzalez, da Pontifícia Universidad Javeriana, na Colômbia, classifica que as rádios comunitárias, não devem ser confundidas com a pirataria, pois além de romper barreiras da comunicação e cidadania, seu forte papel social é de dar voz ao povo. Esse processo de mediatização da periferia é um dos elementos-chave para o modelo de desenvolvimento social, que age de dentro para fora.

Há a preocupação com a necessidade de se promover capacitações éticas, política e responsabilidade com os gestores e demais envolvidos com rádios comunitárias. Estar diante de veículos desse porte requer preparação, equilíbrio e principalmente noção de responsabilidade, pois assim como outro veículo de comunicação, os trabalhadores e funcionários, além de comunicadores, são formadores de opinião e a eles se deve todo um trabalho de preparação diferenciada.

Texto: Myrian Connor
Foto: Tammy Caldas
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O presidente da ALAIC, César Bolaño, participou da primeira mesa do Seminário Regional ALAIC - Bacia Amazônica, intitulada "La investigación en Comunicación en América Latina: Interdisciplina, Pensamiento Crítico e Compromiso social na Amazônia”.


Ao fazer uma crítica à divisão tradicional entre trabalho manual e intelectual, Bolaño afirma que essa separação precisa ser rompida. “É preciso criar condições de reconciliação, e as tecnologias informacionais, em princípio, poderiam facilitá-las. Só que o mundo, da maneira como se organiza hoje, não está levando a isso. É preciso reivindicar isso, é preciso reivindicar que todos tenham a capacidade de pensar, de entender o mundo de maneira crítica e da maneira mais ampla possível”.


Em relação à pesquisa em comunicação, o presidente da ALAIC entende que a preocupação é a de pensar a comunicação na perspectiva latino-americana: “E pensar a comunicação numa perspectiva real, a partir das necessidades das populações, da vida das pessoas, e não pensar a comunicação como o virtual, o externo, o abstrato, aquilo que está fora da realidade do mundo da vida”. Sob o ponto de vista da ALAIC, ainda disse que “enquanto entidade, a nossa preocupação é de organizar o pensamento latino-americano, dar força e fluxo a ele”.


Ao falar da sua impressão do evento após o primeiro dia, César Bolaño comentou que o I Seminário Regional da ALAIC, realizado com a regional Bacia Amazônica, foi uma aposta que a Associação fez e que está dando certo, “graças ao trabalho da coordenação e da equipe de organização que estão fazendo um trabalho primoroso”, concluiu.


Texto: Élida Cristo

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A mistura entre samba, baião e música caribenha da Orquestra de Música Latina empolgou o público na abertura do I Festival de Artes Mídia Cidadã. Regida pelo prof. Leonardo Coelho de Souza, da Escola de Música da UFPA, a Orquestra foi criada em 2005, composta por 18 ex-alunos da disciplina "Prática de Conjunto".

“A proposta é que a Orquestra seja uma big ba
nd que toca principalmente música instrumental brasileira, e sempre com a presença do dançarino César Cordeiro”, explica o regente. O dançarino citado compõe a apresentação coreografando no palco os ritmos tocados e convidando ao público para envolver-se com a música contagiante da Orquestra.

Para o prof. Leonardo Souza, a participação da Orquestra no Mídia Cidadã 2011 permite uma discussão interessante para a música, a partir da sua relação com a comunicação, principalmente com as novas mídias. “A questão da internet é importante para os artistas, porque a gente não fica mais preso à uma gravadora. Hoje você produz música independente, através dessas novas mídias”.

Há dois anos integrando a Orquestra, o músico Josebilson Ribeiro acredita que as músicas latina e caribenha têm um ritmo que marca uma identidade aqui na Amazônia: “Quando tocamos, ninguém fica parado".

Tomados pela música tropical da Orquestra, o público do I Seminário Regional ALAIC – Bacia Amazônica se deixou envolver pelos ritmos e dançou.

Texto: Ana Lúcia Cruz e Aline Andrade
Foto: Ciro Brito
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A necessidade de ouvir e dar espaço às vozes locais foi o tema que marcou o primeiro dia do I Seminário Regional ALAIC – Bacia Amazônica. Nesse sentido, a Amazônia é vista como espaço estratégico para as discussões da comunicação na contemporaneidade, tanto por ser pauta internacional como pela grande presença dos movimentos sociais no cotidiano da região.

Formaram a mesa de abertura o prof. Dr. Cesar Bolaño, presidente da ALAIC; José Miguel Veloso diretor da Assessoria de Educação a Distância da UFPA; Fátima Pessoa, vice-diretora do Instituto de Letras e Comunicação da UFPA; Lívia Campelo, da Cáritas do Brasil representando os movimentos sociais; e a coordenadora do evento, Profa. Maria Ataíde Malcher.

A diversidade de línguas e idéias compôs a primeira mesa do Seminário Regional Alaic, intitulada "La investigación en Comunicación en América Latina: Interdisciplina, Pensamiento Crítico e Compromiso social na Amazônia”. Para discutir está temática, foram convidados Jean Michel, da Guiana Francesa, César Bolaño, da Alaic e Eduardo Villaneuva, do Peru.

Comunicação e cultura na América Latina - O prof. Bolaño partiu de uma análise das mudanças sociais e culturais ocorridas no pós Revolução Industrial, principalmente com a ascensão do capitalismo e suas implicações na cultura popular e no campo da ciência. Observando o cenário atual, de reorganização e novas formas de atuar dos movimentos sociais no contexto da comunicação, Bolaño acredita no desenvolvimento e necessidade de um pensamento crítico da realidade, após um período de retrocesso dessa forma de pensamento.

Ao analisar o contexto da comunicação social na Guiana Francesa, Jean Michel demonstrou o controle da informação no país, por meio dos grupos que controlam os meios de comunicação. Para Michel, o sistema de comunicação é completamente subjugado às emissoras francesas, o que manteria o status de colônia que a Guiana Francesa ainda sofre perante a França.

Já a comunicação em rede e suas implicações na cultura foram questões analisadas pelo prof° Eduardo Villaneuva. De acordo com ele, a comunicação digital, principalmente, abre novas possibilidades de relações interpessoais, visibilidade e identificações culturais. Para Villaneuva, assim, “comunicar não é só receber e processar, é escolher o que receber e como processar”.

O I Seminário Regional Alaic – Bacia Amazônica vai até dia 19. Porém, em seguida abre o Mídia Cidadã 2011, indo até dia 22. As discussões apenas começaram, sendo desenvolvidas ao longo da semana. A proposta é trazer novas perspectivas sobre a comunicação na América Latina e Amazônia.

Texto: Yuri Coelho
Foto: Ciro Brito

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

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Como no restante do Brasil, existem mestres na Amazônia que não alcançaram esse título no ambiente acadêmico. São mestres porque obtiveram esse reconhecimento na comunidade onde vivem, por possuírem um conhecimento único, quase sempre adquirido empiricamente, colecionado ao longo do tempo e amadurecido pela vivência e pela sensibilidade. Esses mestres não são professores por formação, tampouco cientistas, muitos não sabem nem mesmo ler e escrever, mas transmitem seus conhecimentos no cotidiano, através da oralidade, e são referências em determinado conhecimento popular.


São artesãos, músicos, poetas, canoeiros, parteiras, benzederias, mateiros, erveiras, enfim, são mestres da cultura popular. Figuras centrais para as comunidades onde vivem, mas fora dela pouco reconhecidos.


Não é à toa que para adquirir a formação de médico ou de farmacêutico são necessários anos de estudo e constante pesquisa e atualização. Esses profissionais lidam com a vida das pessoas, e qualquer procedimento equivocado pode causar grandes danos à saúde da população. Quem lida com um tipo de medicina conhecida como popular e com a manipulação de fitoterápicos, por outro lado, são grandes alvos de críticas por não terem tido a mesma formação institucionalizada dos médicos e farmacêuticos.


Embora órgãos oficiais da Saúde e o próprio Conselho Federal de Farmácia já reconheçam o valor e a eficácia de determinados remédios e tratamentos naturais e do conhecimento popular que tradicionalmente os utiliza, uma parte considerável da população não só não acredita como denigre a imagem de quem acredita e utiliza desse conhecimento popular.


Para uma reflexão sobre o saber popular


O que se pretende – e este texto pretende ser uma instigação à reflexão – é que, para realizar um debate democrático sobre o tema, é necessário abertura e respeito por conhecimentos que têm origens diferenciadas, mas cada qual com seu valor.


O conhecimento popular, geralmente de origem tradicional (mas nem sempre), pode apresentar riscos (como no caso da medicina popular) por não serem submetidos ao rigor científico? Sim. Mas o que dizer dos erros médicos? É preciso também ter uma postura crítica diante do conhecimento científico, que não é soberano como muitos acreditam.


A mesma postura crítica deve ser aplicada em relação aos que detêm o conhecimento institucionalizado para fazer comunicação ou arte. Afinal, sabemos que os que fazem comunicação e arte alternativa e/ou popular são alvos de muitas críticas, entre elas a de que não podem ser consideradas comunicação de qualidade ou arte/cultura verdadeiras, legítimas.

Se ambas as formas de conhecimento têm seus valores, práticas que visem à união (de forma que uma complemente a outra) são muito mais produtivas do que práticas de oposição, de divergência e de negação do saber que é diferente (e não necessariamente inferior).

Para saber mais:

Matéria sobre novos fitoterápicos na rede pública de saúde (revista Pharmacia Brasileira - Setembro a Dezembro 2009) - http://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/123/31a34.pdf


Fitoterápicos – Presidente do Conselho Federal de Farmácia questiona Drauzio Varella. Médico responde - http://www.tudosobreplantas.com.br/blog/index.php/2010/08/24/fitoterapicos-presidente-do-cff-questiona-drauzio-varella-medico-responde/


Texto: Élida Cristo

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

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O universo acadêmico é privilégio para “um muito” que ainda é pouco. Mas mesmo com acesso difícil e limitado, a Universidade possui diversas maneiras de se fazer presente na sociedade. O Ensino, a Pesquisa e a Extensão estão cada vez mais voltados para a inserção no contexto local, de onde tiram as bases para o conhecimento e para onde o conhecimento volta em forma de ações que promovem a cidadania, nas suas variadas faces.



A Universidade Federal do Pará, por exemplo, abriga 452 atividades oficiais só de Extensão, entre programas e projetos. A Extensão é uma forma de interação direta entre a comunidade interna à universidade e a comunidade externa: é um momento de aplicação (na prática) do conhecimento adquirido teoricamente no ambiente acadêmico. Por isso, é também uma maneira de retornar à sociedade o conhecimento científico adquirido.




Se a sociedade lá fora não dá todas as condições necessárias para o desenvolvimento digno do ser humano, a Universidade deve assumir seu papel de gerar alternativas, mas também de fomentar atitudes mais amplas de mudança social. Nesse sentido, espaços de debate (como seminários, congressos e a própria sala de aula) são de grande importância: a teoria também deve cumprir seu papel de formar cidadãos críticos e conscientes dos seus direitos e capazes de levar essa consciência para a sociedade que o cerca.


Em uma região com o Índice de Desenvolvimento Humano tão baixo, como a Amazônia, atividades como essas fazem grande diferença. A Universidade, a um só tempo, carrega a responsabilidade de formar profissionais críticos e éticos, e de contribuir para a diminuição das desigualdades.

Para saber mais sobre investimentos públicos no Ensino Superior:
http://blog.planalto.gov.br/para-haddad-desafio-na-educacao-profissional-e-superior-e-garantir-expansao-qualificada-dos-cursos-e-oportunidades/





Texto: Élida Cristo

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

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Quem estiver interessado em participar da II Conferência Sul Americana e VII Brasileira de Mídia Cidadã e ainda o I Seminário Regional ALAIC - Bacia Amazônica ainda pode ser inscrever no evento até o dia 10 de outubro. A taxa para estudantes é de R$ 35,00 e para profissionais e pesquisadores é de R$ 70,00.

O evento acontece de 17 a 22 de outubro,
na Universidade Federal do Para e é voltado para professores, estudantes, profissionais, representantes da sociedade civil e pesquisadores que se interessem por ampliar o diálogo e a reflexão sobre a comunicação cidadã.


Para se inscrever, basta preencher a ficha de inscrição e enviá-la para midiacidada2011@gmail.com, juntamente com o comprovante de pagamento, que deve ser efetuado por meio de depósito no Banco do Brasil, Conta Corrente Nº 99.472-3, Agência: 3702-8 CÓDIGO IDENTIFICADOR: 106.260-3.

Atenção: não serão aceitos depósitos feitos em envelopes, apenas depósitos diretamente no caixa ou transferências bancárias

Não deixe de participar!

Mais informações no site www.midiacidada.ufpa.br

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

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As inscrições para os Monitores do Mídia Cidadã ainda estão abertas para que você possa ajudar a construir este grande evento. Dele fazem parte: a II Conferência Sul-Americana de Mídia Cidadã e a VII Conferência Brasileira de Mídia Cidadã, que é uma iniciativa que pretende ampliar o diálogo e a reflexão sobre a comunicação cidadã, partindo do olhar e das experiências vivenciadas na região Amazônica.

Veja mais informações sobre como se inscrever no blog do Mídia Cidadã.

As inscrições foram prorrogadas e até o dia 10/10 você pode enviar sua ficha de inscrição. No dia 11/10 (terça feira) acontecerá uma reunião no auditório do Instituto de Letras e Comunicação da UFPA para determinar as tarefas de cada um.

Ainda dá tempo de ajudar e participar!


Se você quiser mais informações, visite: http://midiacidada.ufpa.br

terça-feira, 4 de outubro de 2011

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A Amazônia, vista como região estratégica sob o ponto de vista econômico e político, ainda precisa ser conhecida pelo Brasil, pela América Latina e pelos próprios amazônidas sob os aspectos sócio-cultural e comunicacional. E isso não pressupõe maior visibilidade da região nos meios de comunicação, incentivo ao turismo, ou o simples mapeamento social com vistas a atender políticas desenvolvimentistas, mas sim uma reflexão crítica que se consolide e ultrapasse os muros das universidades e dos centros e instituições de pesquisa.

Numa região com realidades tão diversas, são diversos os objetos de estudo para a Comunicação. Objetos que surgem no contexto de comunidades relativamente isoladas, ainda submetidas ao tempo da natureza (de rios que em época de chuva intensa inundam áreas, mudando a fonte de renda familiar e o calendário das aulas, por exemplo), ou no contexto das cidades onde a globalização é quem dita o tempo. Objetos que surgem a partir dos usos e apropriações de mídias tradicionais, ou a partir da criação de mídias alternativas para atender uma demanda que é local.

Diante dessa realidade diversificada, na qual as mediações também se apresentam em múltiplas faces, a condição interdisciplinar da Comunicação se apresenta como essencial para a compreensão de diferentes realidades econômicas, educacionais, políticas, culturais etc. A produção de conhecimento em Comunicação, de uma forma geral, é primordial para uma região em que a “entrada” e consolidação de meios de comunicação (como a TV e a internet), em muitos locais, ainda não aconteceram ou estão em processo.

Compromisso social na Amazônia

Se poucos conhecem de fato toda a diversidade de realidades existentes na Amazônia, os seus diferentes contextos comunicacionais, é chegada a hora de ampliar o horizonte das discussões que se fazem sobre a Comunicação na Amazônia. Ampliar no sentido de englobar a diversidade, mas também no sentido de levar o conhecimento produzido no locus científico para a sociedade e para outras regiões, no sentido de produzir intercâmbio – uma forma de consolidar a pesquisa em Comunicação na Amazônia e ao mesmo tempo firmar o compromisso social de promover uma comunicação plena, justa, crítica, inclusiva.

E é nesse contexto que se propõe a realização do I Seminário Regional – ALAIC – Bacia Amazônia, como forma de incentivar e tentar consolidar o pensamento crítico produzido sobre a Comunicação na região.

Texto: Élida Cristo

domingo, 2 de outubro de 2011

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Se você deseja ajudar não perca essa oportunidade!

De dia 30/09 a 07/10, acontecerão as inscrições para os Monitores do Mídia Cidadã 2011, que inclui em sua programação o I Seminário Regional ALAIC - Bacia Amazônica.

Estamos fazendo a inscrição para monitores para:

- cobertura (foto, filmagem e produção de textos para os blogs);
- apoio;
- estrutura do evento

Veja mais informações no blog do Mídia Cidadã


A relação com a lista dos selecionados sairá no dia 08/10 e acontecerá uma reunião no dia 10/10 (segunda feira) para determinar as tarefas de cada um.


O site do evento, com todas as informações necessárias é http://midiacidada.ufpa.br e o blog do Mídia Cidadã é http://www.midiacidada2011.blogspot.com

sábado, 1 de outubro de 2011

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A sede da Universidade Federal do Pará fica em Belém, na cidade Universitária Professor José da Silveira Netto e ocupa cerca de 450 hectares. Às margens do rio Guamá, a UFPA oferece uma das mais belas paisagens da região e conta com uma população universitária de mais de 52 mil pessoas, entre alunos, professores e técnicos administrativos, distribuídos na capital e também nos campi do interior do Pará (Abaetetuba, Altamira, Belém, Bragança, Breves, Cametá, Capanema, Castanhal, Marabá, Soure e Tucuruí).

Assim, a Universidade mostra um pouco da realidade complexa em que a instituição se propõe a interferir, assim como o I Seminário Regional da ALAIC – Bacia Amazônica, que será sediado na UFPA de 17 a 19 de outubro. Com sua grande população universitária, a sua distribuição no interior do Pará e a localização da sede em Belém próximo a bairros de periferia, apresenta-se o desafio da UFPA de gerar, difundir e aplicar o conhecimento nos diversos campos do saber, visando à melhoria da qualidade de vida do homem amazônida.



Histórico

Criada em 1957, a partir da junção das sete faculdades federais, estaduais e privadas existentes em Belém, hoje, a Universidade Federal do Pará é uma das maiores da região norte do país, contando com mais de 340 cursos de graduação e 77 cursos de pós-graduação (CAPES, 2010).


Acesse o site da ufpa em http://www.ufpa.br


Foto: Fabiola Lourenço - Portão 1 da UFPA.